Prezados irmãos cardeais,
distintas Autoridades Eclesiásticas, Irmãos e Irmãs no Senhor!
Nesta hora de elevada responsabilidade, em que nos
reunimos em oração solene pela eleição do Bispo de Roma, a liturgia suscita
importantes reflexões que nos ajudam a vivenciar este momento.
O texto de Isaías, que ouvimos há pouco, evoca a missão
fundamental da Igreja e do Sumo Pontífice: ser um sinal visível do amor de Deus, um
bálsamo para os sofrimentos que perturbam o caminhar da Igreja, e um
proclamador incansável da esperança e da justiça. A missão do Papa é
precisamente ser este ungido que leva a boa nova aos pobres e cura os corações
aflitos.
No evangelho segundo S. João, por sua vez, Jesus
faz o seguinte apelo: "permanecei no meu amor" (Jo 15, 9). A palavra
"permanecer" carrega consigo um convite à constância, à fidelidade, à
conexão íntima com Cristo. Em outras palavras, vivenciar a plenitude do Amor só
é possível mediante uma fé madura, isto é, verdadeiramente radicada na amizade
com Cristo.
É esta amizade que nos dá o critério do discernimento,
para que não sejamos “batidos pelas ondas e levados por qualquer vento de
doutrina..." (Ef 4, 14). Eis aqui uma lição importante,
sobretudo para nós cardeais: o futuro pontífice, chamado a guiar a Igreja, além
de ser alguém que cultive uma amizade profunda com Cristo, deve ser alguém
determinado a remar a barca de Pedro contra as correntes superficiais da moda e
das artimanhas do maligno.
Por fim, caríssimos irmãos e irmãs, neste tempo de espera e oração, invoquemos a intercessão de Nossa Senhora, a Mãe da Igreja, e de todos os santos. Que a luz do Espírito Santo ilumine os corações dos cardeais a fim de que escolham um pontífice sábio, compassivo e fiel à missão confiado por Cristo à Sua Igreja. Assim seja.