Ao dileto filho Wilhelm Richter, até aqui bispo auxiliar da Diocese de Roma, eleito cardeal da Santa Igreja de Roma.
Posto
pelos altos designíos da Divina Providência, ainda que imerecidamente,
no exercício de Bispo de Roma, dirijo meus olhares para as necessidades
mais prementes da Igreja, sobretudo, neste particular, as que envolvem o
ministério apostólico e ação providencial do colégio cardinalício.
Os
cardeais, para além de assegurar a eleição do Romano Pontífice, tem a
função de assistirem ao Ministério Petrino no cuidado cotidiano da
Igreja universal. A estes compete responder, através dos mais variados
ofícios, sobretudo na Cúria Romana, junto ao Santo Padre, às questões de
maior importância para a vida da Igreja.
O
cardinalato, porém, não deve ser compreendido como uma bonificação
clerical, no sentido de ter-se maior prestígio na Igreja, mas a
multiplicação de esforços no serviço apostólico. O cardeal, portanto, é
chamado a ser exemplo de entrega humilde e abnegada às coisas atinentes
ao Reino de Deus.
E
tu, caríssimo filho, que és experiente no exercício do episcopado e
tens se destacado no serviço apostólico, nas atividades pastorais, no
cuidado com o povo de Deus, apresentas todas as características e dotes
que são exigidos para o exercício do cardinalato.
Destarte, nomeamos-te cardeal da Santa Igreja Romana, e designamos-te como titular da diaconia di Sacro Cordis Christi Regis.
Por fim, recomendamos-te à proteção da Virgem Santíssima, a qual, com seu amor materno, cuidará bem de ti.
Dado
e passado em Roma, junto a São Pedro, aos cinco dias de janeiro de dois mil e vinte e quatro, primeiro de nosso pontificado.